Professora Ana Lucia concorda com declaração do Ministro Haddad e apresenta seu ponto de vista

Para Haddad, principal problema da educação é gestão e não falta de recursos

Amanda Cieglinski
Agência Brasil São Paulo - O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que o problema do ensino público hoje está mais concentrado em falhas na execução e gestão das ações propostas e menos na questão de financiamento. Para ele, o país vive um "momento inusitado". “Hoje a nossa tarefa é de capacitação continuada de gestores locais para que eles consigam executar os recursos transferidos”, afirmou hoje (14) durante seminário sobre os dois anos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Segundo ele, o orçamento da pasta cresceu mais de 100% em seis anos. Mesmo com o crescimento, ele afirmou que “o cobertor ainda é pequeno” para tentar cobrir todas asnecessidades. Lançado em 2007 pelo governo federal, o plano – conhecido como PAC da Educação – é formado por um conjunto de ações que visa a melhorar os indicadores educacionais do paísaté2022. Um dos pontos mais importantes do plano, acredita Haddad, é a evolução na questão do planejamento e da gestão que permite “equalizar as oportunidades educacionais”. “Nós atendemos o prefeito e não sabemos de que partido é, isso não interessa. E quem aprova o PAR [Plano de Ações Articuladas] e transferência de recursos é um grupo de pessoas tecnicamente qualificadas para essa tarefa”, afirmou. Em relação às recentes cassações de mandatos de governadores e às eleições de 2010, o ministro disse que toda troca de comando “tem seus traumas”, que são mais fáceis de serem resolvidos quando há um plano de ações. Atualmente, todos os estados aderiram ao PDE e traçaram planos plurianuais de ações, metas e investimentos. “Quando você tem um norte, a tendência é preservar as ações em curso, não tem porque refazer tudo. Esse planejamento tem um ganho muito grande, sobretudo para as escolas”,defendeu. Edição: Lílian Beraldo


Professora Ana Lucia comenta declaração do Ministro Haddad:
A declaração que o Ministro Haddad faz é o que o MOVE: Movimento de Valorização do Educador vem publicando desde a sua fundação em maio de 2006. São tantos investimentos anunciados, os repasses do governo para a Educação, o FUNDEB ampliado, as ações do PDE, Plano de Desenvolvimento da Educação, o PAR-Plano de Ações Articuladas, Plataforma Freire sempre voltadas para o professor e para o aluno, mas quando olhamos a realidade, professores e alunos são os últimos na lista de prioridades, e pensamos o que acontece? Por que tudo isso não chega até nós professores? Onde foi que o processo "emperrou". É tudo muito claro e bonito no papel, estamos esperando até hoje o nosso Plano de Carreira, o piso salarial ,a tão sonhada Gestão Democrática, a atenção especial à EJA- Educação de Jovens e Adultos,a participação das famílias nas escolas conm o fortalecimento dos conselhos escolares, a formação continuada, a qualidade compatível com as grandes redes particulares de ensino, precisamos, sim de qualidade, como precisamos. Ou como nossos alunos vão competir com igualdade nos vestibular e ENEM e nos testes para conseguir um emprego. Com a escola do jeito que está, sem qualidade, a luta é desigual, para não dizer pior, mas já dizendo, é desumana. Em nome professores do Move eu afirmo, queremos qualidade de vida para todos os professores e professoras,enfrentam uma dura jornada de trabalho dão aulas em duas ou três escolas,levam trabalho para casa,cumprem funções extras, enfrentam a violência, o trânsito,a crítica de toda sociedade pela baixa qualidade da escola, a responsabilidade recai toda sobre os professores, é uma busca de culpados daqui e dali. E quem é primeiro a ser apontado? A professora e o professor. Para manter seu padrão de vida, estudar, ler bons livros, ter sua própria condução, um plano de saúde, (que muitos não tem na rede pública), um salário compatível com a sua formação e investimentos que a profissão exige, leitura, internet, boa apresentação no vestuário,calçados.
É por isso que concordo em gênero, número e grau com o Ministro Haddad, os investimentos aumentaram, mas a qualidade da escola pública ainda não. A vida dos professores está cada dia pior,principalmente com relação ao salário. Muitos profissionais de nível básico e de nível médio tem vencimentos superiores aos dos professores, onde está a lógica nisso? Investimos tanto em nosso profissional e não temos retorno. É fato que ganhamos menos que uma manicure, cabeleireiro ou um técnico em radiologia, vigilante e até que muitos catadores de papel, não desmerecendo nínguém, não é o mérito que está em questão. Estes trabalhadores que graças a Deus estão ganhando seu dinheiro honestamente e com dignidade, não quero com isso dizer que estes profissionais deveriam ganhar menos, todo trabalhador tem direito a um salário digno.Não é questão de mérito, dignidade,não não é nada disso.
É questão de numeros, gastamos muito para estudar, precisamos de retorno financeiro. O quero dizer é que o professor precisa ganhar mais,ou não vale a pena investir, o professor e a professora são os responsável pela formação de todos os indivíduos, de todo trabalhador. Quem não passou por uma sala de aula?
O Professor precisa ter curso superior, é a exigência legal para o exercício da profissão, precisa sempre se atualizar, é o profissional da informação, da formação, precisa estar à frente de seu tempo.
Foi-se o tempo em que o profissional da educação era visto como missionário, vocacionado, trabalho voluntário,o sacerdócio, atividade maternal.Ou esta profissão era vista como um "bico" para a dona de casa que só podia trabalhar fora meio período e além de tudo a ideologia "cuidar de criança" não é trabalho, é "cuidar de criança coisa de mulher". Ou ainda vista como um bico para o profissional recém formado que ainda não conseguiu se estabelecer, "vamos dar umas aulinhas"."Segurar a barra por uns tempos" ou atividade de final de carreira, o aposentado complementando sua renda. Quando vamos superar isso?
Não podemos conceber um profissional assim é inaceitável ainda mais para cuidar da Educação, uma nação precisa valorizar seus Educadores.
Todo profissional precisa ser um vocacionado, precisa ter aptidão,gostar do que faz,mas acima de tudo precisa ser um profissional valorizado em todos os sentidos, profissionalmente e financeiramente.
O que atrapalha é que a Educação pública está a mercê de interesses partidários, os cargos de gestão escolar que são de confiança e estão atrelados a estes interesses, isso não deveria acontecer,porque a educação é uma bandeira de todos os partidos, é a bandeira de todo brasileiro, só uma nação que valoriza a Educação consegue se desenvolver.
Eu amo ser professora , mas nenhum amor resiste a tanto descaso, tanto desprezo, muitos professores estão deixando a profissão e eu não os recrimino por isso,confesso que já pensei nisso com muito sofrimento mas pensei.
Quero mais respeito e consideração para minha profissão digo isso por mim e por todos os meus colegas do Brasil inteiro.O que o Ministro declara é verdade o problema não está no investimento, mas na gestão desses recursos e estas falhas estão em todos os níveis da administração da Educação Pública. Não adianta remendar este "cobertor", muitos já tentaram colocar remendo novo em roupa velha e o problema só piorou.Cuidem com carinho dos professores, para que eles possam transmitir este carinho, é a lei do amor, ninguem dá o que não tem," não basta amar é preciso manifestar este amor", isso quem disse foi um grande educador, que eu admiro muito.
Abraços, Professora Ana Lucia Cipriano