sábado, 2 de maio de 2009

Às 22:59 em 2 maio 2009,
Prof. Caxinauá disse...
Oi, Ana Lúcia, segue esse texto para reflexão.

O DIA NACIONAL DA EDUCAÇÃO

1º de maio. Feriado em comemoração ao Dia do Trabalho. Feriado Universal. Calcei um tênis, vesti uma bermuda, uma leve camiseta e caminhei em direção à Praça Batista Campos. A minha intenção foi aproveitar o dia de folga. Investi em uma caminhada para queimar algumas calorias. Ufa! Quanto tempo não fazia isso! O corre-corre diário nos rouba esses simples prazeres. A cidade estava vazia. Grande parte saiu rumo aos balneários. Mosqueiro, Salinas, os preferidos. Outros levaram um tempo maior para levantar da cama. Os apaixonados por futebol combinaram uma pelada em uma arena qualquer... Eu acordei cedo, mas despreocupado, pois não tinha nenhuma aula para ministrar.
Aproveitei o percurso para observar melhor a beleza híbrida de Belém. Incrustados entre a magnitude de prédios modernos e envidraçados e o verde-escuro das frondosas mangueiras, está o casario secular, com seu charme arquitetônico. As linhas barrocas, clássicas, neoclássicas e ecléticas, ainda chamam a atenção de transeuntes mais atentos e sensíveis. O verde e cinza. O moderno e antigo. O passado e presente. E o futuro? Incerto. Antes de chegar à bucólica praça, o sinal. Poucos carros. A sensação de um ar mais puro invadia meus pulmões.
O logradouro estava alegre. Crianças, casais, idosos, namorados, balões, pipoca, algodão doce e bolinhas de sabão multicoloriam a Batista Campos. A sinestesia embalava aquele ambiente simbólico. Que sensação maravilhosa! Uma alegria imensurável tomou conta de mim. Mas o “alô” descontraído e sorriso largo de um jovem flanelinha embaçaram aquele cenário. Como poderia estar alegre? Em pleno feriado reparando carros... Ganhando a vida! Em seguida, menores malabaristas em seu ofício disputavam uns trocados. Meninas vendendo chicletes. Um mendigo leproso disputava com as moscas um pedaço de pão. E as centenas de milhares de desempregados neste país? Meu Deus, o que comemorar!? Um turbilhão de conjecturas invadiu a minha mente. Mas não desanimei. Como educacionista, respirei fundo...
Voltei da caminhada mais convicto de que só a “Educação de Qualidade Igual para Todos” pode estreitar os abismos sociais ainda existentes em nosso país, pois sabemos que só assim todos terão mais oportunidades na vida. E quem sabe num futuro bem próximo, mas bem próximo mesmo, poderemos comemorar com uma coerente alegria: “Viva o Dia Nacional da Educação”. E com orgulho: “Viva o Brasil”.
Prof. Caxinauá / Belém-Pará-Amazônia-Brasil / 1º de maio.

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